Título: História do Cerco de Lisboa
Autor: José Saramago
Editora: Porto Editora
Nº de Páginas: 369
Data de Publicação: Maio/2014 (Esta edição)
ISBN: 978-972-0-04653-6
P.V.P: 17,75€
Sinopse:
«Há muito que Raimundo Silva não entrava no castelo. Decidiu-se a ir lá. O autor conta a história de um narrador que conta uma história, entre o real e o imaginário, o passado e o presente, o sim e o não. Num velho prédio do bairro do Castelo, a luta entre o campeão angélico e o campeão demoníaco. Raimundo Silva quer ver a cidade. Os telhados. O Arco Triunfal da Rua augusta, as ruínas do Carmo. sobe à muralha do lado de São Vicente. Olha o Campo de Santa Clara. Ali assentou arraias D. Afonso Henriques e os seus soldados. Raimundo Silva “sabe” por que se recusaram os cruzados a auxiliar os portugueses a cercar e a tomar a cidade, e vai voltar para casa para escrever a História do Cerco de Lisboa. Uma obra em que um revisor lisboeta introduz a palavra “não” num texto do século XII sobre a conquista de Lisboa aos mouros pelos cruzados.»
(Diário de Notícias, 9 de Outubro de 1998)
Opinião:
“História do Cerco de Lisboa”, uma história difícil de ler e ainda mais difícil escrever sobre ela. Porquê? Porque quem escreveu esta obra foi nada mais nada menos que José Saramago, um dos maiores nomes da literatura portuguesa, sendo a sua obra lecionada no ensino secundário e no ensino superior.
Foi precisamente no meu terceiro ano da licenciatura que iniciei pela primeira vez a leitura deste livro, ficando estagnada na página 90, mas, como sou muito teimosa e não gosto de deixar livros por terminar sem dar uma segunda oportunidade, decidi que seria uma boa altura para voltar a tentar ler este livro, já que agora não tenho qualquer tipo de pressão para realizar a leitura. A verdade é que devia ter deixado o livro quieto, porque realmente não consegui avançar mais do que 50% do livro, e isto aconteceu por diversos motivos.
Como todos sabem Saramago escreve de uma forma muito peculiar, tornando a leitura das suas obras um grande desafio. A pontuação utilizada é quase nula, normalmente só vemos vírgulas e pontos finais. Conseguimos distinguir os diálogos pela utilização de expressões como “ela disse” ou “dizendo-me isto…”. No que diz respeito ao começo de novas frases, só compreendemos que tal está a acontecer devido à utilização de maiúsculas.
Todas estas características estão presentes neste livro, ainda mais do que noutras obras como por exemplo “Memorial do Convento”, que apesar de ser uma história muito mais complexa que a história contada em “História do Cerco de Lisboa”, foi uma leitura muito mais simples e fácil.
Sabendo aquilo que iria encontrar e a dificuldade que provavelmente teria em concluir a leitura decidi na mesma avançar para a mesma, tendo tal como da primeira vez, tomado a decisão de desistir da leitura depois de ultrapassar os 50% da história.
Com isto não quero, de forma alguma dizer que a história é má, simplesmente é muito difícil manter a concentração quando estamos sempre a tentar corrigir aquilo que para nós, especialmente para aqueles que realizamos revisão de texto, são erros ou falhas de escrita.
Esta história é bastante interessante, especialmente no que diz respeito ao trabalho de Raimundo Silva como revisor de texto e aquilo que pode acontecer quando estes profissionais cometem erros independentemente de serem intencionais ou não.