“O Perigeu da Lua Cheia” by R.C.Vicente || OPINIÃO

Título: O Perigeu da Lua Cheia

Autor(a): R. C. Vicente

Editora: Edições Velha Lenda

Nº de Páginas: 422

Data de Publicação: Fevereiro/2023

ISBN: 978-989-53784-1-8

P.V.P: 18,90€

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Sinopse:

Hyacinth pediu um desejo e a Lua Cheia concedeu-lho.

Quando Hyacinth acreditava que a sua vida não podia piorar, um indivíduo enigmático cruza-se no seu caminho e revela-lhe os segredos do universo e da sua própria família.

Confrontada com a existência de lobisomens, vulpinos, bruxas e vampiros, acaba arrastada até ao Mundo Esquecido e vê-se enredada nas teias de conspiração da Alcateia.

Será ela capaz de honrar a linhagem dos Freixo-Negro e tornar-se na nova guardiã? Ou acabará a força no seu interior por torná-la numa ameaça a abater?

Uma aventura onde o amor, o mistério e a fantasia andam de mãos dadas.

Opinião:

E depois de dois meses afastada e sem ter realizado qualquer leitura, finalmente consigo terminar um livro, e da melhor maneira.

“O Perigeu da Lua Cheia” foi um livro que recebi da editora para realizar uma leitura avançada da obra. Infelizmente não o consegui fazer no momento em que recebi a cópia do livro, mas quando comecei a ler, apesar de todas as adversidades que se apresentaram pelo caminho, que não tiveram relação com a obra ou com a leitura da mesma, fiquei completamente apaixonada pela história e pelos seus personagens.

Eu já conhecia a escrita da autora, R.C. Vicente e sabia que iria encontrar um grande livro, com muita descrição, muitas personagens e um mundo totalmente novo. Não estava engana, neste livro encontramos realmente um novo mundo imaginário criado pela autora, mundo este onde habitam todos aqueles seres fantásticos que conhecemos da literatura fantástica internacional. Vampiros, lobisomens, fadas, bruxas, feiticeiras, animais que falam (só um na realidade) e uma família de humanos muito especial vivem isolados do mundo humano, já que após décadas de existência se viram obrigados a esconder-se pois os humanos não os aceitavam e estavam sempre em guerra com eles.

Nesta história ficamos a conhecer três personagens centrais Aleksandros, Nicolai e Hyacinth, e muitas outras personagens secundárias que vão preencher lindamente a história. Aleksandros é o rei de Sidério e um lobisomem temido por todos, Nicolai é um mestiço que apesar de pertencer à alcateia de Aleksandros acaba por se tornar o seu inimigo número um, Hyacinth é uma simples e inocente humana que se vê envolvida neste mundo esquecido pela sua herança sanguínea, ela é nada mais nada menos que a sobrinha do último guardião do mundo esquecido e o elo de ligação entre os dois mundos. Quando o tio de Hyacinth toma a decisão de se sacrificar pela continuidade da alcateia, Aleksandros vê-se obrigado a procurar o seu descendente mais próximo e mais capaz de ocupar o lugar do último guardião. Inicialmente ele tinha pensado no irmão de Hyacinth, mas depois de ver a forma como ele tratou a irmã, decidiu seguir Hyacinth e levá-la para o seu mundo, ensinando-lhe da pior forma possível tudo o que ela precisava de saber para sobreviver em Sidério. A história irá se desenrolar em volta destes acontecimentos e as personagens vão crescendo e criando laços difíceis de imaginar num momento inicial.

Para além do enredo houve um outro aspeto que me surpreendeu e que me fez adorar este livro, a construção das personagens. Aqui não vamos encontrar personagens boas e personagens más, não temos heróis nem vilões, em “O Perigeu da Lua Cheia” temos na realidade personagens cinzentos, ou seja personagens que têm um lado bom e um lado mau, que não têm medo de mostrar aquilo que realmente são. Uma outra questão bastante interessante neste livro é que temos dois pontos de vista, o de Hyacinth e o de Aleksandros, ou até o ponto de vista dos humanos e o ponto de vista das criaturas/monstros (como diz Hyacinth), isto torna o livro ainda mais interessante e enriquece muito a história.

Para além de tudo isto ao longo do livro vamos ter alguns plot twist, o que foi muito curioso para mim, realmente não estava nada há espera destas mudanças na história. As personagens secundárias são também muito interessantes e divertidas, principalmente o cão de Hyacinth, o Lechuga. Mas se falarmos das personagens principais, tenho de admitir que gostei bastante de Aleksandros e de Nicolai, acho que são duas personagens muito fortes e interessantes, com características que nunca tinha encontrado em lobisomens e em vampiros e isso deixou-me muito contente, já no caso de Hyacinth, senti em alguns momentos que ela era muito infantil, que tinha atitudes muito questionáveis, mas sei que isso é um traço de personalidade dela o que ajudou a que as personagens se encaixassem tão bem.

Para finalizar a análise da obra, gostei muito do final aberto que a autora criou, pois este permite que tenhamos dúvidas do que irá acontecer a seguir e faz crescer ainda mais a curiosidade para o próximo livro.

No que se refere à escrita da autora, tal como disse anteriormente já conhecia R. C. Vicente por trabalhos anterior e sabia que este seria um grande livro. Pessoalmente sinto que este livro poderia ser um grande sucesso no estrangeiro, pela força da ação, pela temática, pelas personagens e principalmente pela simplicidade de escrita apesar da complexidade da história. A utilização de referências literárias, cinematográficas e históricas faz com que este livro seja ainda mais rico, conseguir inserir num só livro tantos aspetos da cultura portuguesa, assim como referências externas é extraordinário. Tenho de admitir que gostei particularmente da referência da autora ao seu primeiro livro “O Ressurgir dos Eternos Titãs”.

Por todos estes motivos pontuei o livro com 5 estrelas e fico a aguardar ansiosa pelo próximo volume.

Com apoio de:

A vossa Gothic Clare

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